domingo, 15 de julho de 2012

VOLTANDO A FALAR DE ENDOMETRIOSE


Endometriose é uma das condições ginecológicas benignas (não neoplásicas) mais comuns. Caracteriza-se pela presença do endométrio, tecido que reveste o interior da cavidade uterina, fora do seu local normal, ou seja, em outras partes do útero ou em outros órgãos da pelve, mais comumente nas trompas uterinas, ovários, ligamentos, intestinos e bexiga (ver figura a baixo). Apresenta uma prevalência de 10% nas mulheres em idade fértil e se considerarmos mulheres com dor pélvica crônica e infertilidade este índice pode chegar em torno de 30 a 50%.

É conhecida como a doença dos contrastes, pois apesar de ser uma doença “benigna”, pode ter conseqüências importantes. O seu principal sintoma é a dor pélvica no período perimenstrual e sua principal complicação é a infertilidade.

É uma condição dolorosa, pois mesmo se localizando na parte externa do útero, sofre a influência das oscilações hormonais. Isso significa que os focos de tecido endometrial, localizados fora do seu habitat natural, continuam sendo estimulados mensalmente, pela ação hormonal do ciclo menstrual e funcionam como “corpo estranho” ao local de implantação, provocando reação inflamatória ao redor de si, causando dor no período menstrual. Com o tempo, o processo inflamatório desencadeia a formação de aderências ao redor do foco de endometriose entre as estruturas vizinhas (intestinos e peritônio), dificultando a mobilidade e função da estrutura acometida, podendo causar dor pélvica e infertilidade.

Embora você possa nunca ter ouvido falar dela, considera-se que a endometriose afete uma em cada dez a quinze mulheres em idade reprodutiva. A endometriose é freqüentemente diagnosticada pelos médicos durante a consulta ginecológica, durante algum procedimento cirúrgico ou na realização de exames de investigação de infertilidade. Na maioria das vezes o diagnóstico é realizado muitos anos após o início dos sintomas (dor pélvica). Para cada cinco mulheres que estejam tendo dificuldade para engravidar, duas têm endometriose. Caso sua mãe ou irmã tenham diagnóstico de endometriose, é sete vezes maior a chance de você também ter esse problema. Infelizmente, muitas mulheres deixam de procurar ajuda médica, acreditando que seus sintomas sejam normais e culpando a TPM pelos sintomas. Outras não apresentam sintomas e só vão ter um diagnóstico quando iniciam a tentativa de engravidar. Sabe-se que a endometriose não é uma doença transmissível e não há até o momento maneira de realizar a sua prevenção.

Não existe explicação bem definida para a causa da endometriose, porém há duas teorias que podem estar envolvidas com o seu desenvolvimento: fragmentos do tecido que reveste o interior da cavidade endometrial, ao se desprenderem durante a menstruação, vão para o exterior do útero pelas tubas uterinas; no peritônio, algumas áreas de células no exterior do útero transformam-se em áreas de endometriose sob a influência das oscilações hormonais do ciclo menstrual.
A dor, que é crônica, pode levar a problemas como cansaço, perda do sono, alterações de humor, depressão, tensão pré-menstrual e dor lombar. É importante causa de faltas ao trabalho.

O sintoma mais associado a endometriose é a dor, que ocorre, em geral, na parte inferior do abdômen e na pelve e pode fazer com que a relação sexual seja dolorosa. A dor começa, com freqüência, antes do início da menstruação, piorando progressivamente até o início do sangramento, diminuindo, gradativamente, após. Se os implantes de endometriose estiverem localizados na bexiga ou no intestino, podem causar sintomas urinários (ardência ou dor ao urinar) ou intestinais (diarréia ou evacuação dolorosa) durante a menstruação.
 
O diagnóstico definitivo é realizado através de um procedimento chamado videolaparoscopia, que permite ao médico examinar a parte externa do útero e os órgãos circunvizinhos a ele (veja foto abaixo).


Quando a doença é identificada precocemente o seu tratamento é facilitado. O objetivo do tratamento depende da queixa da paciente – controle da dor ou correção da infertilidade. O controle da dor é realizado com o uso de antiinflamatórios e de tratamento hormonal. O tratamento hormonal tem como objetivo suspender as menstruações, evitando a progressão da doença, e promovendo a regressão dos focos de endometriose. Este tratamento pode ser realizado através de pílulas anticoncepcionais utilizadas de modo contínuo; com o uso de progestágenos, dos análogos do GnRH, e de outras drogas como o Danazol e a Gestrinona. Todos os tratamentos apresentam resultados positivos e promovem uma menopausa artificial e regressão dos focos de endometriose. As medicações não são isentas de efeitos colaterais e a escolha sobre qual utilizar deve avaliar a experiência do médico com cada um dos métodos e cada paciente. Infelizmente, mesmo com tratamento adequado a endometriose pode retornar após a suspensão do tratamento. Em alguns casos será necessária uma cirurgia quando o tratamento da dor e a fertilidade não são conquistadas.

Se você se identificou com o que acaba de ler, procure o seu médico. Quanto mais precoce for a intervenção, melhores serão os resultados no controle da doença e no futuro reprodutivo.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Dor nas costas e pós-parto




A coluna está fragilizada com o peso da barriga ao longo de toda a gravidez e o abdome está flácido após o parto; carregar os recém-nascidos e bebês pode sobrecarregar ainda mais a musculatura das costas, dos braços e da coluna das mães no pós-parto. Por este motivo, a Academia Americana de Cirurgiões Ortopédicos (American Academy of Orthopaedic Surgeons) ofereceu algumas sugestões para ajudar essas mulheres a evitar este tipo de complicação.


- Procure iniciar a prática de exercícios leves, mesmo que em períodos de 15 minutos, após 8 semanas do nascimento do seu filho(para partos normais) e após 12 semanas (para cesarianas). Vá aumentando gradativamente o tempo dos exercícios e o esforço físico. Atividades em água como hidroginástica e natação são uma boa opção.


- Faça um esforço para retornar ao peso que você tinha antes da gravidez a partir de seis semanas após o parto. Alimente-se de maneira saudável incluindo frutas, verduras, legumes e muito líquido na sua dieta. Isto também ajudará na produção de leite.


- Quando pegar o seu bebê no colo, não gire o seu corpo para apanhá-lo. Aproxime-se do bebê, dobre os joelhos, abaixe e levante-o próximo ao seu corpo, colocando o peso nas suas pernas. Firme o abdome para ajudar a não sobrecarregar sua coluna.


- Use um acessório como um "Canguru Baby Bag" ou um "Carregador De Bebê Sling" para segurar o bebê, mas use-o na frente do seu corpo. Nunca coloque este acessório nas suas costas, próximo ao quadril.


- Amamente o seu bebê sentada em uma cadeira. Não curve os seus ombros para ir até o bebê. Segure-o próximo ao seu corpo, apoiando o braço em almofadas ou travesseiros, e leve o bebê até o seio. Existem algumas almofadas próprias para a amamentação. Mas você pode usar qualquer uma que tenha em casa. O importante é não ficar "curvada" durante a amamentação e evitar ficar com a musculatura contraída.


- Quando colocar o bebê em um assento do carro, primeiramente sente-se no banco do carro, perto da cadeirinha, com o bebê no colo ou dobre o joelho apoiando-o no banco do carro ao invés de tirar o bebê do seu colo enquanto você ainda está de pé do lado de fora.


Adaptado de http://www.abc.med.br/